Produção de biodiesel etílico de óleo bruto de mamona em planta piloto
Autor: Angelo Chaves Carlos (Currículo Lattes)
Resumo
Neste trabalho se estuda a produção de biodiesel a partir do óleo bruto de mamona (Ricinus communis) visando apresentar um processo de baixa complexidade tecnológica, desde a extração do óleo até a transesterificação etílica por catálise alcalina. A produção de biodiesel pode ser utilizada tanto em cooperativas como em pequenos e médios produtores rurais da oleaginosa. Algumas variáveis do processo foram estudadas em bancada (200 mL e 2 L) antes do processamento na planta piloto de 200 L, consistindo de preparação da semente por secagem, extração sem degomagem, reações de transesterificação, esterificação e o tratamento do produto. Nas condições estudadas observou-se que a dinâmica da secagem do grão e a extração mecânica exercem significativa influência na duração da batelada. Na extração obteve-se um extrato lodoso com alto teor de sólidos finos que, associado à alta viscosidade do óleo exigiu que fosse utilizado etanol para permitir a decantação dos particulados. Este procedimento apresentou vantagens na decantação e filtração, mostrando-se promissor na redução de fosfolipídeos. Na transesterificação do óleo de mamona bruto (índice de acidez de 5 a 11 mgKOH.g-1 em média), os melhores resultados foram observados na proporção molar 1:6 (óleo:etanol) catalisando com 1% de NaOH, acrescido de quantidade estequiométrica da base em relação ao índice de acidez. Foi testada ainda a transesterificação ácida, porém mostrou-se inviável devido ao longo tempo da reação. O processo proposto visa atender aos critérios de qualidade de biocombustíveis determinado pela Agência Nacional do Petróleo e servirá como ponto de partida para estudos de viabilidade econômica e de sustentabilidade.