Extração de lignina do resíduo de casca de arroz pelo método organossolve.
Autor: Marcelo Pereira da Rosa (Currículo Lattes)
Resumo
O presente trabalho realizou a extração da lignina de resíduos da casca de arroz oriundos de processamento industrial regional. Para a extração foi aplicado uma metodologia chamada Organossolve, num processo modificado pelo uso de pressão atmosférica. Foi usada como solução extratora de etanol/água com as concentrações de etanol variando de 25 a 100% v/v. Foi utilizado como promotor para as extrações, ácido sulfúrico concentrado, em proporções que variaram de 0,5 a 3,0% v/v e com tempo de refluxo de 24 horas. Os rendimentos variaram de 3 a 48% em quantidade de lignina determinada pelo método Klason, sendo que os experimentos com menores quantidades de etanol e promotor (ácido) apresentaram os menores rendimentos. Enquanto, o maior rendimento, de 48% foram com 75% v/v de etanol e 3% v/v de acido sulfúrico. As amostras foram caracterizadas através de análises térmicas, espectrofotométricas e cromatográficas. Essas técnicas revelaram que as extrações geraram ligninas com estruturas muito semelhantes. A Espectroscopia de Infravermelho apontou os principais grupos orgânicos, e também pode ser constatada predominância de estruturas Guaiacilas nas ligninas extraídas. O UV demonstrou que todas as ligninas apresentaram baixa presença de contaminantes com a banda de adsorbância mais intensa em 280 nm, conforme esperado para ligninas. Enquanto as análises térmicas apresentaram um range longo e linear de perda de massa, resultando em uma boa estabilidade térmica e um Tg 70 a 90°C. As massas molares ficram dentro do esperado para este tipo de extração e pode-se observar uma baixa (<2) polidispersividade para todas as amostras analisadas. O método assim apresentou-se como uma boa possibilidade para reaproveitamento de um coproduto abundante, gerando ligninas com bom rendimento e grande homogeneidade estrutural.