Caracterização físico- química em lipossomos e atividade oxidante do extrato da Rapanea ferruginea
Autor: Desirée Magalhães dos Santos (Currículo Lattes)
Resumo
Neste estudo, avaliou-se a atividade antioxidante in vitro do extrato da folha da Rapanea ferruginea pelo método de DPPH e por ensaios de peroxidação lipídica. Também avaliou-se a interação de tal extrato com modelos de membrana lipossomal, sendo a dinâmica molecular deste investigada por técnicas instrumentais como Infravermelho com transformada de Fourier com refletância total horizontal atenuada, ressonância magnética nuclear, calorimetria de varredura diferencial e espectroscopia de ultravioleta - visível. Através do ensaio de DPPH, determinou-se a IC50 do extrato em 7,8 µg/mL para inibição da oxidação do radical. Os resultados de inibição da peroxidação pelo método de TBARS, indicaram um valor de IC50 do extrato na forma livre de 1,43 µg/mL. Por outro lado, através desse ensaio, detectou-se que o extrato na forma incorporada em lipossomos se comportou como pró-oxidante em função de sua concentração. Tais resultados foram associados à composição fenólica do extrato foram identificados por HPLC-DAD, o ácido siríngico, ácido cinâmico, ácido gálico, quercetina, quercetrina e catequina. Em função de sua concentração, alguns destes compostos podem apresentar caráter pró-oxidante. Avaliou-se a influência do extrato na dinâmica molecular das membranas, onde verificou-se que o extrato provocou um aumento do grau de hidratação no grupo fosfato, presente na região polar lipídica. Na região de interface lipídica, resultados de HATR-FTIR demonstraram que o extrato provocou uma diminuição da largura da banda de estiramento axial da carbonila lipídica em 25 cm-1, indicando um aumento do ordenamento nessa região. Na região hidrofóbica lipídica, o extrato provocou um aumento no valor da frequência do pico referente ao estiramento simétrico do grupo metileno em 1,83 cm-1, indicando um aumento da desordem nessa região. Este resultado foi confirmado por análises de DSC, onde foi observada a diminuição da variação da entalpia em 0,029 J/g e da temperatura de transição de fase em 4,43 ºC para o lipídio após interação como o extrato. O aumento da turbidez em 54% indicou que o extrato pode ter aumentado o tamanho dos lipossomos ou gerou agregação das vesículas. Os resultados obtidos através dos ensaios de caracterização da dinâmica molecular foram correlacionados à atividade oxidante do extrato.