Dissertação - Daiana Kaminski de Oliveira

Poluentes orgânicos persistentes (POPs) e hidrocarbonetos poliaromáticos (HPAs) na fase gasosa da atmosfera de São Paulo (SP)

Autor: Daiana Kaminski de Oliveira (Currículo Lattes)

Resumo

Neste estudo investigou-se a ocorrência de microcontaminantes orgânicos na fase gasosa da atmosfera de São Paulo, SP - Brasil. Os níveis atmosféricos de 7 bifenilas policloradas (PCBs), 10 éteres de difenila polibromados (PBDEs) e 28 praguicidas organoclorados (OCPs), HCB e PeCB, conhecidos como poluentes orgânicos persistentes (POPs), e 15 hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) foram determinados em 9 sítios amostrais com características distintas de uso (urbano, urbano/industrial, industrial e suburbano/remoto). Para esta avaliação foram utilizados amostradores atmosféricos passivos (PAS) do tipo XAD-2 (Amberlite®), que funcionam por meio de difusão molecular. Os resultados expressam concentrações integradas ao longo do tempo em unidade de massa por volume de ar (pg m-3). A determinação dos contaminantes foi realizada por cromatografia gasosa acoplada a um detector de espectrometria de massas em série (GC-MS/MS). As recuperações nas amostras (surrogates) variaram de 80 a 92% para os HPAs, 55 a 100% para os PCBs, e 60 a 100% para os PBDEs e para BDE 209 de 25 a 60%. Apesar de proibidos no Brasil e por convenções internacionais (ex. Stockholm Convention - SC), foi possível observar a ocorrência dos POPs na atmosfera da mesorregião metropolitana de São Paulo (municípios de São Paulo, Santo André e Cubatão). Os níves de contaminação variaram de 604 a 3247 pg m-3 para 9HPAs, 18,3 a 47,6 pg m-3 para 7PCBs, 0,37 a 5,9 pg m-3 para 10PBDEs e 47,4 a 134 pg m-3 para 30OCPs. Os sitios Ibirapuera - IB, Cidade Universitária - CI (urbanos) e Cubatão - CU (industrial) apresentaram os maiores níveis para 7PCBs (47,6, 46,8 e 42,5 pg m-3, respectivamente), enquanto CETESB - CE, Parelheiros - PA e CI (urbanos) apresentaram as concentrações mais elevadas para 10PBDEs (5,9, 4,1 e 1,5 pg m-3, respectivamente). Para 30OCPs, os sítios urbanos IB (134 pg m-3), CE (106 pg m-3) e Faculdade de Saúide Pública - FS (96 pg m-3) apresentaram os maiores níveis, enquanto CU (3247 pg m-3), PA (2412 pg m-3) e Ponte dos Remédios - PR (2351 pg m-3) apresentaram as maiores concentrações para 9HPAs. O sítio suburbano/remoto Pico do Jaraguá - PJ, proporcionalmente mais distante das fontes urbanas e industriais, apresentou os menores níveis para 9HPAs (603 pg m-3), 7PCBs (18,4 pg m-3) e 30OCPs (47,4 pg m-3). Foi possível verificar a influência da densidade populacional e de atividades antrópicas (indústrias, tráfego veicular, etc) na contaminação ambiental por POPs e HPAs, visto que os sítios industriais e urbanos apresentaram os maiores níveis de contaminação. Apesar da contaminação por HPAs ser mais elevada na região de estudo, em comparação com os demais contaminantes, tanto HPAs quanto POPs apresentaram níveis de contaminação relativamente baixos. Foi possível observar, através de trajetórias reversas de massas de ar, que a região de estudo sofre influência de outras localidades do Brasil e também da Argentina.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: QuímicaHidrocarbonetos poliaromáticosMicrocontaminantes dissolvidosFase gasosa da atmosferaAmostragem atmosférica passivaPoluentes orgânicos persistentes