Voltametria de micropartículas imobilizadas aplicada a identificação de adulterantes em cocaína e mecanismos redox em estado sólido

Autor: Sabrine de Araujo Aquino (Currículo Lattes)

Resumo

De acordo com o relatório mundial sobre drogas divulgado em 2023 pelo United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), a cocaína é a quarta droga mais consumida no Brasil. A droga comercializada aos usuários pode conter substancias adulterantes que possuem efeito farmacológico e visam mimetizar ou potencializar os efeitos da droga. Algumas das substâncias utilizadas como adulterantes são controladas pela Polícia Federal (PF), desde a fabricação até a venda, e a sua presença na droga apreendida indica um desvio na utilização destas. Assim, neste trabalho foi desenvolvido um método para triagem de amostras de cocaína adulteradas e identificação de alguns adulterantes (benzocaína, cafeína, fenacetina, lidocaína e procaína). Este método pode ser empregado de forma direta na amostra em estado sólido, devido ao emprego da voltametria de micropartículas imobilizadas (VIMP). O desempenho do método foi testado pela triagem de amostras de cocaína apreendidas pela PF, o qual se mostrou eficiente e de fácil execução. Ainda uma segunda abordagem foi proposta combinando a VIMP com o método quimiométrico de classificação SIMCA (Soft Independent Modeling of Class Analogy), a partir do qual foi possível obter um modelo de classificação para identificação dos adulterantes. Adicionalmente, a avaliação do comportamento eletroquímico em estado sólido do adulterante procaína utilizando a VIMP foi realizada a partir das técnicas de voltametria cíclica e de onda quadrada. Através da comparação entre o comportamento eletroquímico da procaína em estado sólido e em solução, foi possível estabelecer os processos de oxirredução em solução e genuinamente em estado sólido. Um mecanismo de oxidação da procaína foi proposto e a análise de espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier foi utilizada para confirmação.