Tese - Daniele Gomes Müller

Superfície polimérica inteligente para detecção de aminas biogênicas

Autor: Daniele Gomes Müller (Currículo Lattes)

Resumo

Por se tratar de um alimento extremamente perecível, o pescado pode estar suscetível à contaminação bacteriana devido ao manuseio, armazenamento e transporte inadequados. Durante a decomposição dos alimentos, as bactérias podem produzir aminas biogênicas (histamina, putrescina e cadaverina). Estas moléculas nitrogenadas são formadas a partir da descarboxilação de aminoácidos ou transaminação de aldeídos e cetonas. Considerando que para a melhor eficiência do aproveitamento de alimentos, e necessidade de um constante monitoramento de sua qualidade, é importante o desenvolvimento de embalagens ativas que interagem de maneira intencional com o alimento armazenado ou embalagens inteligentes que monitoram as condições ambientais comunicando ao consumidor sua condição. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi desenvolver superfícies poliméricas inteligentes para detecção de aminas biogênicas. Para isso, empregou-se como metodologia a fotofuncionalização de polietileno de baixa densidade (PEBD) com ácido acrílico (AA) (com exposição à radiação UV de média pressão por 5min). Dessa forma, obteve-se um sensor, denominado PEAA, que foi investigado por espectroscopia de UV-Vis e FTIR bem como foi analisado seu comportamento sensor ao longo do tempo por espectroscopia de fluorescência sincrônica. Ademais, após submissão da superfície sensora a ambientes químicos com quatro diferentes aminas, as análises de FTIR mostraram a presença de novas ligações compatíveis com os estiramentos CN. A espectroscopia de fluorescência sincrônica, indicou que o sensor é desativado na presença das aminas testadas entre 5 a 30min. De maneira geral, observa-se que após a reação com a amina, o sensor é desativado restando somente o espectro de emissão da amina. Dessa forma, entende-se que, após a reação de acilação, a presença da ligação C-N é a principal responsável pela ação sob a superfície sensora. Com o intuito de aumentar o número de sítios ativos provenientes do AA bem como a homogeneidade da superfície, empregou-se o tempo de fotofuncionalização de 60min. Esta nova configuração do sensor foi usada no ensaio com histamina empregando curva de calibração com concentrações de 5µM - 200µM. Foi observado que o PEAA (60min) reduziu sua intensidade de fluorescência quando comparado ao PEAA (5min). Essa redução se deu devido ao "efeito sombra" causado pelas múltiplas camadas de AA. No que diz respeito a sua atuação sensora, nesta configuração não foram observados deslocamentos nos comprimentos de onda de emissão, bem como não houve alteração significativa na intensidade de fluorescência pós ensaio com histamina. Entende-se que há excesso de Poilácido acrílico (PAA) superfície do sensor cuja fluorescência é intensa, não mostrando sua ação frente à histamina. Enfim, foi obtido um sensor qualitativo de aminas biogênicas que possui potencial para ser empregado em embalagens inteligentes visto que reage com vários tipos de aminas. Novos estudos podem ser feitos para aprimorar essa superfície inteligente principalmente no que diz respeito ao número de camadas de PAA depositadas.

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