Tese - Rafael Gerhardt

REMOÇÃO DE CONTAMINANTES EM FASE AQUOSA UTILIZANDO BIOADSORVENTES À BASE DE QUITOSANA E SPIRULINA sp.

Autor: Rafael Gerhardt (Currículo Lattes)

Resumo

O aumento populacional dos últimos anos, aliado ao desenvolvimento e crescimento das indústrias dos mais diversos setores, influenciou diretamente no acréscimo da geração de efluentes e resíduos, tanto doméstico quanto industriais. Atrelado a este aumento da quantidade de resíduos, está a quantidade crescente de contaminantes presentes e as altas concentrações dos mesmos. Com isso, aumentam as necessidades de técnicas eficientes de remoção destes contaminantes, visto que seus efeitos são nocivos tanto ao meio ambiente e à fauna, quanto ao organismo humano, podendo levar à morte. Entre as possíveis técnicas, a adsorção é promissora, sendo uma operação simples e tecnicamente viável para os mais diversos contaminantes, principalmente, quando são utilizados como adsorventes materiais provenientes de fontes renováveis. Dois bioadsorventes considerados promissores, que foram utilizados neste trabalho, são a quitosana produzida a partir da reação de desacetilação da quitina, extraída de resíduos de camarão (Penaeus Brasiliensis), e a Spirulina sp. obtida através do cultivo da microalga no município de Santa Vitória do Palmar – RS. No entanto, a utilização destes materiais na forma de pó dificulta a separação de fases após o processo. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi preparar filmes e blenda bioadsorventes a partir de quitosana e Spirulina sp., e aplicá-los na remoção dos íons Cr(VI) e Pb(II) e dos corantes amarelo tartrazina e azul de metileno, de soluções aquosas. Com relação aos íons, o filme de Spirulina sp. foi o mais eficiente para ambos os íons, sendo os pH 2 e 10 os mais apropriados para Cr(VI) (42,7 mg g-1) e Pb(II) (35,6 mg g-1), respectivamente. Entretanto, o filme não manteve sua integridade física em ambientes ácidos, e a blenda resultou em capacidades de biossorção semelhantes, mantendo sua estrutura física após o processo. Quanto aos corantes, o filme de Spirulina sp. obteve as melhores capacidades de biossorção para o corante azul de metileno (348,4 mg g-1), enquanto o filme de quitosana foi melhor para o corante amarelo tartrazina (207,6 mg g-1). A blenda obteve valores próximos das máximas capacidades de biossorção obtidas para ambos os bioadsorventes. Concluiu-se que a blenda de quitosana/Spirulina sp. foi eficiente na remoção dos íons e dos corantes, podendo bioadsorver diferentes tipos de íons e corantes em diferentes condições, sugerindo a blenda como um promissor bioadsorvente de contaminantes.

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Palavras-chave:biossorçãoblendacorantesfilmesíons metálicos