Compostos fenólicos e terpenos da geoprópolis e mel de Melipona quadrifasciata
Autor: Marta dos Santos Diniz Freitas (Currículo Lattes)
Resumo
A espécie de abelha sem ferrão, Melipona quadrifasciata, apresenta forte atrativo à meliponicultura, principalmente pela produção de mel e geoprópolis. Embora o mel e a geoprópolis dessa espécie tenham sido estudados em outros estados do Brasil em relação à sua composição química, no Rio Grande do Sul o estudo desses produtos ainda são escassos e pontuais. Diante disso, este trabalho teve como objetivo apresentar dados sobre a composição química da geoprópolis coletados em 10 diferentes localidades do estado e a sazonalidade do mel de Santo Antônio da Patrulha. As frações metanólicas e etanólicas da geoprópolis demonstraram um perfil fenólico rico em compostos antioxidantes, corroborado pela identificação de compostos bioativos como ácido p-cumarico, ácido cafeico, aromadendrina 7-metil éter, naringenina, formononetina por Cromatografia Líquida de Ultra-Alta Eficiência acoplada a um espectrômetro de massas de alta resolução (UHPLC-ESI-MS/MS). A fração hexânica da geoprópolis permitiu a identificação de di- e triterpenos, como totarol e amirinas. A análise da geoprópolis in natura revelou a presença de compostos voláteis, resultando em um perfil terpenoide diversificado, com o monoterpeno -pineno como composto volátil predominante. Este estudo demonstra que a geoprópolis de Melipona quadrifasciata do Rio Grande do Sul apresenta compostos terpênicos característios oriundos da sua flora regional. O mel foi coletado e analisado durante 12 meses para avaliar a sazonalidade, o que possibilitou a identificação de compostos bioativos como afzelina, jaceosidina, genipina, ácido gerânico e -ciperona. A análise sazonal permitiu observar que flavonoides são mais influenciados por temperaturas mais altas, enquanto os terpenos tendem a prevalecer em meses mais frios.